terça-feira, 22 de abril de 2008


Em comemoração ao 50º aniversário do Fiat 600, a Fiat decidiu fazer um upgrade no Seicento atual com algumas mudanças de estilo e simplificando a linha. Alguns dos elementos de estilo do veículo permanecem como o logo cromado na traseira. A nova linha também inclui uma versão com edição especial limitada, designada Fiat 600 '50th' um tributo ao lendário 600, o antepassado de uma classe inteira de veículos. Além destas óbvias referências históricas, o novo Fiat 600 mantém características bem sucedidas, que permitiram ao Fiat Seicento alcançar mais de 1.100.000 unidades vendidas desde 1998: boa performance e dirigibilidade e baixo consumo. Além disso, ele tem uma ótima relação qualidade/preço e bom valor de revenda, no mercado de usados. Hoje, para reforçar e elevar sua posição diante da concorrência, o “super-mini” recebe um facelift, que lhe dá mais alguma sobrevida. De fato, o novo modelo é um boa alternativa para motoristas que desejam carros pequenos, com certo conforto, baixo consumo e pequeno custo de manutenção. O 600 é o menor quatro lugares no mercado italiano, ágil para o trânsito urbano, e confiável para longas viagens, características que fazem deste veículo referência no segmento. Segundo a fabricante, ele é a expressão máxima de seu lema: produzir carros com aparência agradável, práticos e acessíveis a todos. Ele é um carro que traz soluções inteligentes para o dia a dia e agora segue novos conceitos no interior como a adoção de cores e texturas que provocam sensação de conforto e bem estar na cabine. O novo Fiat 600 é a melhor demonstração de como dois carros de épocas bastante distintas podem ser frutos de uma mesma criatividade técnica e estrutural, que guia os designers da Fiat no dia a dia. O novo Fiat 600 estará à venda no mercado italiano no final de junho, e, posteriormente, nos principais mercados europeus. Fiat 600 com 50 anos de idade O Fiat 600 foi criado por Dante Giacosa, famoso engenheiro que trabalhou incessantemente, desde 1951, para criar um quatro lugares compacto, leve, com motor traseiro, que fosse ágil, econômico e acessível a todos. Internamente, o veículo era conhecido como projeto 100 e tinha a árdua missão de transformar positivamente a imagem da Itália no período posterior à Segunda Guerra Mundial. Nesta época, foram investidos 300 bilhões de liras em Mirafiori para a construção de novas linhas de produção, que pudessem suportar constantes aumentos de demanda. Esta começou com 100.000 unidades, em 1950, e chegou a 500.000, em 1960. Depois de quatro anos de desenvolvimento e testes, o Fiat 600 estava pronto. Para a lendária história do modelo ter início, bastou Dante Giacosa divulgá-lo nos jornais.

sexta-feira, 11 de abril de 2008


Fiat 600 - O mito
Depois da Segunda Guerra Mundial, o conceito automóvel alterou-se. Alguns fabricantes pretendiam conceber produtos que chegassem a classes sociais menos favorecidas, obtendo assim mais lucro. Através da tecnologia oriunda do desenvolvimento provocado pela Guerra, os fabricantes lançaram veículos mais desenvolvidos tecnologicamente. A FIAT encontrava-se nesse grupo de fabricantes mas queria conceber um carro mais familiar e mais compacto do que o 500C, indo ao encontro da sociedade pós Guerra. Isto passava por um produto para o dia-a-dia com um mínimo de manutenção.Dante Giacosa foi nomeado o designer responsável para projecto e o resultado foi o FIAT 600, que em fase de desenvolvimento teve um protótipo com motor arrefecido a ar (Ilustração 1). A apresentação do novo automóvel foi realizada no salão de Genebra no dia 10 de Março de 1955. Os espectadores do salão viram um 600 em que a carroçaria se dividia em duas, mostrando as partes mais “íntimas”. Assim estava lançado um veiculo que conseguia um bom espaço para as pernas, especialmente atrás, e uma engenhosa forma de colocação dos pedais, aplicados entre a coluna e direcção e por baixo da parte anterior que continha os depósitos de gasolina e óleo, a bateria, a roda de substituição, para além de um espaço para as bagagens. No que respeita a bagagem, o rebaixamento do encosto do banco traseiro, permitia obter um segundo espaço para bagagem.Para que o custo fosse mínimo, os acessórios foram reduzidos ao mínimo- De referir que o veículo era dotado de uma boa visibilidade devido à colocação de grandes janelas. O painel de instrumentos, para além do velocímetro, continha também um indicador de pressão de óleo, do nível de gasolina no depósito e reserva, luz indicadora de funcionamento do dínamo. Os bancos foram forrados de material simples e de fácil manutenção e chão foi coberto de borracha. Em estradaA suspensão independente com amortecedores telescópicos na frente e molas e amortecedores na traseira poupou espaço e também permitiu diminuir o custo final do carro. Tudo foi fixo ao chassis do carro através de borrachas e permitiu obter um carro muito fácil de manobrar, quer nas estradas sinuosas dos meios rurais, quer no trânsito citadino.O sistema de travagem era constituído por duplo circuito e por tambores perfurados.O motorFoi encontrada uma engenhosa solução para colocar um motor de quatro cilindros arrefecido a água. O sistema de arrefecimento foi colocado ao lado do motor, existindo um fácil acesso de todo o compartimento, facilitando a manutenção.A caixa de velocidades era sincronizada nas três velocidades mais altas e estava suspensa em dois pontos através de um sistema de borrachas.Cronologia 1955 Apresentação em Genebra. Motor de quatro cilindros com 633 CC. 22 Cavalos de Potência às 4200 rpm. Deposito e combustível com 27 litros de capacidade. Aceleração dos 0-80km/h em 27 segundos e uma velocidade máxima 95 km/h. O peso era próximo dos 600 kg.1956 Neste ano foram introduzidas novas janelas nas portas (deslocação na vertical), e mais cromados. Foram igualmente introduzidos novos tampões das rodas. Também neste ano é iniciada a produção do Fiat 600 na Alemanha (Heilbronn/ Weinsberg), sob o nome "NSU/FIAT Jagst". De referir que esta versão era descapotável. 1957 Série 3. Neste ano existiu uma remodelação de design no interior, com a colocação de paneis em vinil no interior das portas. Ainda neste ano foi colocado um carburador Webber. Também é cedida autorização à SEAT para a produção do 600 em Espanha, a qual dura até 1973.1958 Colocação de um novo dínamo com 230 Watt (série 5). Também neste ano, a empresa de design GHIA produz muito limitadamente o modelo Jolly.1959 Um novo bloco juntamente com um novo carburador, permitiu ao 600 atingir os 100 km/h. Novos estofos. Em Novembro deste ano, o travão-de-mão passa a actuar nas rodas traseiras em vez da caixa de velocidades. Também alteraram o design do conjunto de luzes “piscas/luz de presença” retirando-os do cimo do guarda-lamas e colocando-os na frente destes, abaixo dos faróis.1960 A produção atinge o carro um milhão. Em Outubro foi apresentado o Fiat 600D. Este continha um motor com mais cilindrada (767 cc), um novo carburador Webber e uma nova e mais eficiente bomba de água. Também foram modificados os travões. Com tudo isto o novo carro atingia os 115 km/h. Na União Soviética é iniciada a produção de um veículo muito semelhante ao 600, o ZAZ-965 (Ilustração 2), em que especulou muito sobre a originalidade do design soviético.1961 A colocação de uma nova bateria (36ah), na série 2 do Fiat 600D.1964 Inversão da abertura das portas, retirando as portas suicida ou também denominadas “mostra a cueca”. Novo carburador Webber Começo de produção do 600 em Portugal na fábrica da Somave em Vendas Novas. 1965 Atinge-se o Fiat 2 milhões. Novo deposito de combustível com 32 litros de capacidade, nova grelha frontal e ainda luzes dianteiras de maior dimensão. 1966 É retirado o filtro de óleo. 1969 Último Fiat 600 produzido em Itália. Todo o equipamento e maquinaria de fabrico vão para Espanha. 1970 Fiat/Seat 770 S começa a ser produzido. O mesmo carro mas com pequenas alterações e foi exportado para diversos países europeus, sul-americanos e africanos, entre os quais Angola, finalizando a produção em 1973. 1971 Inicia-se a produção na Jugoslávia do Fiat 600 (Zastava), que perdura até 1985, sob a designação 750/850. No mesmo ano saem os últimos Fiat 600 em Vendas Novas, montando aquela unidade um total 9576 unidades.600600 DProdução822.000 uni.1.560.107 uni.Peso590 kg605 kgCilindrada633 cm³767 cm³Potência21,5 Cavalos29 CavalosDeposito da Gasolina27 litros27 litros (32L-1965)Consumo6,1 L/100km5,8 L/100 kmVelocidade Max.95 km/h110 km/hFIAT 600 MúltiplaEm 1956 é apresentado no Salão de Bruxelas o FIAT 600 Múltipla. Tratava-se do primeiro monovolume comercializado com mais de cinco lugares e de dimensões exteriores reduzidas. Sobre um chassis alongado 30 cm e sem variar a distância entre eixos, criaram um veiculo de quatro portas utilitário e com espaço para os assentos traseiros e também para transporte de carga. Esta ultima opção obtia-se com o rebatimento dos bancos, permitindo um espaço suficiente para se dormir dentro do automóvel. A suspensão do FIAT 600 múltipla é independente com molas helicoidais tanto na dianteira como na traseira.Em termos de motorização, esta era igual ao FIAT 600 e tal como na versão carro, existiu a versão FIAT 600 múltipla entre 1956 e 1960 e a evolução FIAT 600 múltipla D entre 1960 e 1967. A múltipla teve um total de 76.871 unidades enquanto a versão múltipla D originou 83.389 unidades.